segunda-feira, 19 de março de 2012

O locaute nosso de cada ano...


O locaute (greve de jogadores) nas ligas americanas não é novidade pra ninguém. O embate sobre a distribuição dos lucros sempre foi motivo de discórdia onde, realmente, nenhuma das partes parece ter razão completa. Mas deixemos de lado nesse post os motivos da briga e nos apeguemos nos efeitos dela.
Temos nesse ano uma discrepância muito grande entre os times. Vemos Miami Heat e Chicago Bulls pela Conferência Leste e Oklahoma City Thunder, pela Oeste, como os grandes favoritos e pouquíssimos figurantes à desafiar essa soberania, talvez Orlando Magic e San Antonio Spurs. E por mais que os playoffs sejam selvagens, mesmo equipes mais tradicionais não vem demonstrando potencial para surpreender, é o caso de Lakers, Knicks e Dallas (atual campeão). 
Ninguém gosta, mas todo ano tem...
 
Os jogos são dispostos de modo mais compacto, para compensar o tempo gasto pelo locaute, e desse modo há menos para as equipes se organizarem ao longo da competição e assim, equipes que fizeram poucas mudanças levam vantagem. Além disso, as road-trips (sequências de jogos fora de casa) são mais intensas, o que acarreta no aumento do número de lesões e no desgaste físico dos atletas.
O basquetebol é, por si só, magnífico. Possui um potencial único de admiração popular e a liga sabe administrar isso. Mas enquanto a cúpula administrativa não atentar ao fato de que é necessário de agradar à todos que geram o esporte, nós teremos que nos acostumar com locautes cada vez mais ferrenhos.

terça-feira, 13 de março de 2012

Ou a gente, ou eles!

Não. Não é novidade que a Libertadores é um campeonato diferenciado. A lógica das jogadas, o raciocínio, o gol, tudo acontece de um modo mais arrastado.
Digo isso pela plástica do jogo, e é uma forma de jogar que times brasileiros desconhecem. Isso porque sempre fomos acostumados à um modo mais "manhoso" de se jogar, com esquemas táticos mais abertos, que propiciam um maior e mais volumoso toque de bola. Diferente das demais equipes sul-americanas.
Nós facilitamos o trânsito da bola, por consequência, distribuimos os jogadores no campo de forma mais homogênea. Já eles, optam por esquemas que tumultuam o trânsito da bola e com jogadores sempre muito próximos um dos outros.
Vê-se que são esquemas conflitantes, extremos opostos, daí a dificuldade de lidar com eles:
Vendo o esquema mais à fundo (Equipe do Lanús que enfrentou o San Lorenzo) , percebemos que os jogadores de meio-campo não possuem uma função única, defesa ou ataque, se movimentam em todas as direções e tendem a compactar-se e dificultar os passes adversários de criação e, logicamente, passam a maior parte do tempo sem a bola no pé. Isso é adverso ao modo brasileiro de jogar. Em resumo, são times completamente pensados pro contra-ataque.
Digo isso pelo displays montados pelos técnicos, onde pela proximidade dos jogadores e as tabelas treinadas, permite-se uma rápida chegada ao gol.

Vejamos como times brasileiros se posicionam opostamente no campo, no caso o Inter de Porto Alegre:


Veja que cada jogador supre uma necessidade específica no campo, ou ataca ou defende, dependendo apenas do fato da equipe ter ou não a posse de bola. Em suma, são equipes que administram a bola e se baseiam mais na paciência: procuram espaços e depois atacam.
Um jogador, em especial, tem papel primordial nessa comparação: o Centroavante. Nas equipes sulamericanas que primam por um modo mais defensivo, ele é o "armador". Geralmente são atletas com um porte físico mais robusto e que distribuem a bola aos meias que chegam à frente. Já nas equipes brasileiras, o centroavante desempenha menos a função de segurar a bola, utilizando-se apenas da função de referência na finalização das jogadas, alegando aos meias uma maior responsabilidade de criação.
Alem disso, essas equipes que jogam mais fechadas, atras da linha da bola, usam melhor as faltas. Isso porque elas acontecem no início das jogadas, muitas vezes na zona intermediária do campo adversário, travando o jogo e evitando cartões amarelos.
Por fim, as equipes brasileiras devem se adaptar à equipes que não possuem esse nosso "orgulho", jogam realmente fechadas e na base do suór, e fazem isso com maestria. Vemos isso no Deportivo Táchira (Venezuela), Lánús (Argentina), LDU (Equador), Chivas Guadalajara (México), entre outros que disputam a Taça Libertadores desse ano. Eles jogam assim quase sempre, a gente não. Ou a gente aprende a jogar do jeito deles ou aprende a vê-los dando mais trabalho que deviam!



segunda-feira, 5 de março de 2012

Até onde as ligas esportivas americanas conseguem ser grandes?


São outros tempos. O dinamismo das informações, o volume de dinheiro, a repercussão midiática, tudo aumentou. Melhor, se intensificou. E no mundo dos esportes isso acontece de maneira ainda mais impactante: vê-se pela competitividade que se vê nas ligas mais conhecidas: NBA e NFL. Esses campeonatos tiveram que aprender a lidar com ferramentas até então novas no meio, como mídias digitais, blogs, redes sociais e o crescimento da audiência ao redor do mundo. Nada que a visão dos comissionários em investir sempre em técnicas de gestão não suprisse. Porém, como essas ligas superam as adversidades econômicas, políticas e até mesmo culturais, vividas atualmente nos EUA?

Muito se explica pelos modos de gestão de capital pessoal, desde os alicerces. Quando digo capital pessoal, digo de atletas e o sistema de seleção implementado desde as “High School” até o Draft da NBA. O bom jogador é analisado e avaliado desde garoto, suas habilidades, fraquezas, seu modo de agir. Ao ser escolhido, a franquia já sabe o jogador que terá no elenco. 



É nesse tipo de organização que mora o sucesso da liga. Essa mesma filosofia imprime a otimização da formação de atletas: treinamentos específicos, acompanhamentos psicológicos, assistência médica, tudo planejado de maneira que o produto final seja um atleta totalmente capaz de fazer seu melhor jogo, gerar espetáculo, e daí, oferecer o que há de melhor no basquete.

O diferencial da NBA, e também da NFL, provém muito mais da organização e bons princípios de administração do que de talento nato dos jogadores. O sucesso é fruto do que falta, e muito pro Brasil: PLANEJAMENTO.

domingo, 13 de março de 2011

Triunfo total do Brasil Open de Tênis...

Um evento brilhante. Por muitas vezes os organizadores de eventos esportivos no Brasil eram falhos na hora de aproveitar os recursos provenientes do patrocínio.

Dessa vez, com a Gillette, acostumada com a parceria com grandes campeonatos (lembrando que ela patrocina o New England Patriots através de naming right no estádio do time) soube como focar seus esforços em reforçar a imagem de sua marca aliada à busca de desenvolvimento à competição, o que desenvolveria tanto o patrocinador quanto a credibildade do evento.

Daí o que vimos foram disputas de altíssimo nível, atletas de renome, organização total, logística muito bem planejada. Que seja um norte para as futuras intenções.

Ponto Fraco? A torcida que compareceu, que muitas vezes rompeu as barreiras da expressão e forçou a barra. Principalmente no jogo Nicolás Almagro x Juan Ignacio Cella, quando as vaias não cessaram praticamente em momento algum.

Além da média baixa de público, exemplificada pelo jogo de Ricardo Mello que contou com pouco mais de 50 pagantes..

Na minha opinião, não ofusca a importância desse primeiro passo. A partir de agora, a organização deve manter suas diretrizes e fazer com que a credibilidade e a relevância do campeonato atraiam, por si só, grandes estrelas e como uma consequência direta aumente a média de público.






(Atrasado! Mas justifica-se pela necessidade que encontrei de esperar ver o feedback sobre o campeonato)


Abraço, Galera.

Bruno Barbosa

@BrunoR_Barbosa

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Not in Our House!



                                                                                                                                                                          Engasgado!

São eles que resolvem!

Barcelona era o osso pontudo que desce de lado na garganta  quando o assunto no Arsenal era a Champions League. Desde a derrota na final 2005/06, com o gol do "sortudo" Belletti, que os Gunners engolem em seco ao ver o Azul-Grená. Temem porque perderam quando tinham um "dream team" de Henry, Rosicky e Flamini. Temem porque jogam contra um time de alienígenas, Messi, Xavi, Dani Alves. Enfim, temem pois já apanharam muito.

Mas a cada jogo, a birra só aumentava. As atuações do sobrehumano Messi desmontavam a defesa; o toque de bola do Barcelona mostrava aos garotos de Wenger o que o técnico queria lhes ensinar: o domínio total da posse de bola e do controle de jogo. E aquela gana de vencer se tornava raiva, obrigação, loucura.

Mas ontem o fantasma, outrota incansável, foi exorcizado. Saiu dos crucif... (perdão) pés de Van Persie (77) e Arshavin (83) os gols da alforria, depois de Villa fazer o primeiro volume no placar do jogo aos 25 do primeiro tempo.

O que não posso deixar de ressaltar, é a habilidade, a virtude e principalmente, a inspiração dessa equipe:

ROBIN VAN PERSIE!

 
Esse time é seu, garoto!

Sim, Van Persie é a personificação desse time. E por isso se dá tão bem com Wenger. É por isso que o abraçou depois do gol do empate. Ele é a objetividade da equipe, é onde os passes acabam e a arte começa.
Já disse antes, a faixa de capitão é do Fábregas pela política de mantê-lo anestesiado e não cedê-lo às investidas do Barcelona. Se mais valesse o merecimento, a faixa tinha outro dono.
A habilidade desse garoto tende a crescer e mesmo com o freio de mão de Wenger puxando essa equipe pra trás, acredito que seremos grandes outra vez.