terça-feira, 13 de março de 2012

Ou a gente, ou eles!

Não. Não é novidade que a Libertadores é um campeonato diferenciado. A lógica das jogadas, o raciocínio, o gol, tudo acontece de um modo mais arrastado.
Digo isso pela plástica do jogo, e é uma forma de jogar que times brasileiros desconhecem. Isso porque sempre fomos acostumados à um modo mais "manhoso" de se jogar, com esquemas táticos mais abertos, que propiciam um maior e mais volumoso toque de bola. Diferente das demais equipes sul-americanas.
Nós facilitamos o trânsito da bola, por consequência, distribuimos os jogadores no campo de forma mais homogênea. Já eles, optam por esquemas que tumultuam o trânsito da bola e com jogadores sempre muito próximos um dos outros.
Vê-se que são esquemas conflitantes, extremos opostos, daí a dificuldade de lidar com eles:
Vendo o esquema mais à fundo (Equipe do Lanús que enfrentou o San Lorenzo) , percebemos que os jogadores de meio-campo não possuem uma função única, defesa ou ataque, se movimentam em todas as direções e tendem a compactar-se e dificultar os passes adversários de criação e, logicamente, passam a maior parte do tempo sem a bola no pé. Isso é adverso ao modo brasileiro de jogar. Em resumo, são times completamente pensados pro contra-ataque.
Digo isso pelo displays montados pelos técnicos, onde pela proximidade dos jogadores e as tabelas treinadas, permite-se uma rápida chegada ao gol.

Vejamos como times brasileiros se posicionam opostamente no campo, no caso o Inter de Porto Alegre:


Veja que cada jogador supre uma necessidade específica no campo, ou ataca ou defende, dependendo apenas do fato da equipe ter ou não a posse de bola. Em suma, são equipes que administram a bola e se baseiam mais na paciência: procuram espaços e depois atacam.
Um jogador, em especial, tem papel primordial nessa comparação: o Centroavante. Nas equipes sulamericanas que primam por um modo mais defensivo, ele é o "armador". Geralmente são atletas com um porte físico mais robusto e que distribuem a bola aos meias que chegam à frente. Já nas equipes brasileiras, o centroavante desempenha menos a função de segurar a bola, utilizando-se apenas da função de referência na finalização das jogadas, alegando aos meias uma maior responsabilidade de criação.
Alem disso, essas equipes que jogam mais fechadas, atras da linha da bola, usam melhor as faltas. Isso porque elas acontecem no início das jogadas, muitas vezes na zona intermediária do campo adversário, travando o jogo e evitando cartões amarelos.
Por fim, as equipes brasileiras devem se adaptar à equipes que não possuem esse nosso "orgulho", jogam realmente fechadas e na base do suór, e fazem isso com maestria. Vemos isso no Deportivo Táchira (Venezuela), Lánús (Argentina), LDU (Equador), Chivas Guadalajara (México), entre outros que disputam a Taça Libertadores desse ano. Eles jogam assim quase sempre, a gente não. Ou a gente aprende a jogar do jeito deles ou aprende a vê-los dando mais trabalho que deviam!



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